Páginas

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Qual a importância da “cantera” para uma equipa brilhante?


(crónica de José Miguel Vitória Rodrigues)

Hoje recorremos a uma expressão oriunda de terras de “nuestros hermanos”. Essa expressão é a “cantera”. Porque é que trazemos à consideração esta expressão? E logo uma expressão espanhola?

Muitos são os grandes exemplos, tanto no domínio desportivo, como no domínio musical, que vêm de Espanha e os mesmos influem na qualidade demonstrada, no aumento da competitividade, tanto desportiva, como musical, mas essencialmente na longevidade de projetos desportivos e musicais.

Quando falamos no domínio desportivo, referimo-nos às grandes equipas do campeonato espanhol de futebol (Barcelona, Real Madrid, Atlético Madrid, entre tantos outros). No entanto, quando nos referimos ao domínio musical, gostaríamos de destacar o domínio das bandas de música (designação atribuída em Espanha) e aqui salientamos regiões como: Valência, Corunha, Altea, Andaluzia, entre outras.

Porque destacamos a cantera? Porque é na cantera que encontramos as jovens promessas do futebol espanhol, mas também é nas escolas de música das bandas de música (as nossas filarmónicas), que encontramos os jovens promissores músicos. Muitas das nossas bandas filarmónicas têm formado músicos profissionais de excelência e a nossa região não tem passado ao lado desta formação. No entanto, importa referir que, por vezes, existe alguma falta de visão das equipas diretivas das associações com banda, as quais, acabam de certo modo, por negligenciar a importância da sua “cantera”, apostando num ensino musical de serviços mínimos, centralizando toda a sua atenção na manutenção da banda.

Quanto à manutenção da banda, a mesma só é possível se a cantera for forte e bem formada pedagogicamente, se não for, como se consegue a manutenção e a longevidade da banda?

Se uma equipa de alta competição desportiva não tiver uma cantera que a alimente, como consegue ela subsistir? Talvez possa haver um mecenas que compre a equipa e assim será fácil, enquanto o dinheiro existir! MAS SERÁ QUE ACONTECE ASSIM COM TODOS? Daí surgem as escolinhas, as equipas de juvenis e afins.

O mesmo pode ser transposto para a realidade das nossas bandas de música (filarmónicas), onde a escola de música exerce o papel mais importante na formação de futuros músicos, homens e mulheres, os quais podem, em conjunto, contribuir para a manutenção da banda e assim além de tocarem apenas nos “serviços mínimos obrigatórios”, podem alargar os seus horizontes musicais e em simultâneo as suas ambições e referências artísticas, acontecendo o mesmo com todos aqueles jovens sonhadores que querem ser como o “Cristiano Ronaldo”. 
José Miguel Vitória Rodrigues
Professor, maestro, músico e compositor
Licenciado em Professores do Ensino Básico de Educação Musical, pela Escola Superior de Educação de Leiria
Frequência da Pós – Graduação em direção de orquestra de sopros, no Instituto Jean Piaget, Almada
Frequenta atualmente a licenciatura em Música – Formação Musical e Classes de conjunto, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco
Diretor artístico e mentor de PRIMEIRA AULA DE MÚSICA

Sem comentários:

Enviar um comentário