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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Desporto e ambiente... dois em um... Desafio inicial!


(crónica de Sofia Loureiro)

A atividade física e o desporto praticados ao ar livre têm sofrido um incremento significativo em geral e sem dúvida que os benefícios são mais que muitos. É do conhecimento comum que qualquer atividade física/desportiva tem como principal potencial, proporcionar aos seus praticantes a adoção de comportamentos saudáveis e de estilos de vida mais equilibrados, com base num qualquer tipo de movimento e exercícios motores. Também está mais que provado que a prática de exercício físico regular e estruturado contribui de forma muito positiva para a qualidade de vida, ou seja, para aquilo que cada pessoa avalia em termos de grau de satisfação e bem-estar geral para a sua existência.

Interessante é pensarmos que as modalidades desportivas e atividades físicas praticadas ao ar livre e o seu potencial para esta noção de qualidade de vida e bem-estar emocional e físico, assumem uma enorme dimensão e responsabilidade, se tivermos em conta o estilo de vida da maioria das culturas ocidentais. Basta fazer um retrato a um dia da vida de uns ou de outros… quando grande parte da população, de qualquer geração, vive em apartamentos ou moradias num bairro geometricamente definido e com espaços bem delimitados. Quando as principais horas de luz solar são passadas dentro de estruturas de cimento, betão e com sistemas de ventilação e aquecimento artificiais. Quando os quilómetros de casa para o trabalho, da escola para casa são sentados em carros, autocarros e outras caixinhas móveis. Quando o convívio e a comunicação humana é teletransportada…

Sim?! Qualquer prática desportiva é positiva, combate o sedentarismo e promove a saúde. Claro! Mas as praticadas ao ar livre, em áreas descobertas, no contacto com o meio ambiente, com a natureza, assumem uma relevância especial perante os fatores expostos anteriormente. E nomeando apenas alguns:

A prática desportiva/atividade física ao ar livre permitem que (em horários corretos e com a devida proteção para a pele) haja uma maior exposição à luz natural o que favorece a diminuição de stress, o tratamento da depressão, da ansiedade e combate o isolamento social.

O contacto com a natureza (vegetação, cursos de água, espécies animais, vento, sol, chuva) favorece as capacidades sensoriais e afetivo-emocionais. Por outro lado e não menos importante, neste contacto com a natureza as pessoas saem das suas caixinhas de betão e de comunicação via web e percebem no concreto a beleza e riqueza do planeta terra.

São já muitos os estudos sobre as mudanças climáticas e ambientais que defendem que a educação ambiental para ter um impacto efetivo na consciencialização e na mudança de atitudes, necessita que as pessoas experienciem e vivam contextos reais com a natureza. É por isso mais fácil sensibilizar e responsabilizar quem pratica atividades físicas ao ar livre, para a importância da proteção do ambiente, para a proteção do planeta que é nosso. O desafio que deixo a professores de educação física, treinadores, desportistas e amantes da prática desportiva ao ar livre, é que façam uma campanha dois em um e pratiquem desporto contribuindo de forma ativa para a preservação do único planeta onde a vida é a como a conhecemos.

Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em  Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto 
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva

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