(crónica de Sofia Loureiro)
A atividade física e o desporto
praticados ao ar livre têm sofrido um incremento significativo em geral e sem
dúvida que os benefícios são mais que muitos. É do conhecimento comum que qualquer
atividade física/desportiva tem como principal potencial, proporcionar aos seus
praticantes a adoção de comportamentos saudáveis e de estilos de vida mais
equilibrados, com base num qualquer tipo de movimento e exercícios motores.
Também está mais que provado que a prática de exercício físico regular e
estruturado contribui de forma muito positiva para a qualidade de vida, ou
seja, para aquilo que cada pessoa avalia em termos de grau de satisfação e
bem-estar geral para a sua existência.
Interessante é pensarmos que as
modalidades desportivas e atividades físicas praticadas ao ar livre e o seu potencial
para esta noção de qualidade de vida e bem-estar emocional e físico, assumem
uma enorme dimensão e responsabilidade, se tivermos em conta o estilo de vida
da maioria das culturas ocidentais. Basta fazer um retrato a um dia da vida de
uns ou de outros… quando grande parte da população, de qualquer geração, vive
em apartamentos ou moradias num bairro geometricamente definido e com espaços
bem delimitados. Quando as principais horas de luz solar são passadas dentro de
estruturas de cimento, betão e com sistemas de ventilação e aquecimento
artificiais. Quando os quilómetros de casa para o trabalho, da escola para casa
são sentados em carros, autocarros e outras caixinhas móveis. Quando o convívio
e a comunicação humana é teletransportada…
Sim?! Qualquer prática desportiva
é positiva, combate o sedentarismo e promove a saúde. Claro! Mas as praticadas
ao ar livre, em áreas descobertas, no contacto com o meio ambiente, com a natureza,
assumem uma relevância especial perante os fatores expostos anteriormente. E
nomeando apenas alguns:
A prática desportiva/atividade
física ao ar livre permitem que (em horários corretos e com a devida proteção
para a pele) haja uma maior exposição à luz natural o que favorece a diminuição
de stress, o tratamento da depressão, da ansiedade e combate o isolamento
social.
O contacto com a natureza
(vegetação, cursos de água, espécies animais, vento, sol, chuva) favorece as
capacidades sensoriais e afetivo-emocionais. Por outro lado e não menos
importante, neste contacto com a natureza as pessoas saem das suas caixinhas de
betão e de comunicação via web e percebem no concreto a beleza e riqueza do
planeta terra.
São já muitos os estudos sobre as
mudanças climáticas e ambientais que defendem que a educação ambiental para ter
um impacto efetivo na consciencialização e na mudança de atitudes, necessita
que as pessoas experienciem e vivam contextos reais com a natureza. É por isso
mais fácil sensibilizar e responsabilizar quem pratica atividades físicas ao ar
livre, para a importância da proteção do ambiente, para a proteção do planeta
que é nosso. O desafio que deixo a professores de educação física, treinadores,
desportistas e amantes da prática desportiva ao ar livre, é que façam uma
campanha dois em um e pratiquem desporto contribuindo de forma ativa para a
preservação do único planeta onde a vida é a como a conhecemos.
Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva
Sem comentários:
Enviar um comentário