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domingo, 20 de dezembro de 2015

Contemplação junto ao Tejo


(crónica de Carlos Bernardo)

Contemplação junto ao Tejo!? Devem estar a pensar: “que raio de titulo que este gajo foi arranjar!”. Pois bem, passo a explicar. Contemplação, a palavra, tem como sinônimos palavras como absorção, encantamento e apreciação. A este cozinhado juntamos o maravilhoso e histórico rio Tejo. Que é muito mais que um rio, que vai além da sua beleza natural e ecossistema, é também uma fronteira histórica que divide (ou dividiu) o nosso país entre o lado Norte e o lado Sul. Agora, felizmente, isso não tem muita importância, mas outrora era um cenário propício a conflitos, pelo posicionamento estratégico do rio e pela sua importância econômica (isto é uma conversa para outra altura). Tudo isto para dizer que, temos à nossa porta, um importante legado edificado, para ver, tocar e sonhar. A linha de defesa do Tejo deixou-nos de herança, num espaço de aproximadamente 42km, 3 castelos, Belver, Abrantes e Almourol (este bastante criativo) e uma quinta acastelada, a Quinta da Cardiga. Ainda se lembram da contemplação? Chamei “Contemplação junto ao Tejo” a esta crónica, porque pedalar, caminhar ou correr junto ao Tejo, é muito mais do que simplesmente pedalar, caminhar ou correr. É diferente.

Para facilitar esta contemplação, temos o Caminho do Tejo. Quer dizer, uma parte do Caminho do Tejo ou de uma Grande Rota do Tejo, uma vez que ainda não existe uma ligação na totalidade (da foz à nascente), ou melhor que ainda não está marcado, mapeado e principalmente, não está feita a união entre várias rotas junto ao rio Tejo. Um dia, espero que breve.

Temos o privilégio de nosso concelho estar marcado o intitulado Caminho do Tejo. Numa primeira fase, surgiu o caminho entre Alvega, bem próximo da barragem de Belver, e Constância, na foz do rio Zêzere e união com o rio Tejo. Pelo meio, passagem por Abrantes. Na primeira metade, segue pela margem Sul, pelas aldeias de Alvega, Concavada e Rossio ao Sul do Tejo. Na segunda metade, segue na margem Norte, com passagem pela cidade de Abrantes e pelas aldeias de Abrançalha, Rio de Moinhos, Amoreira e Montalvo, com final em Constância. A este Caminho, junto mais dois percursos, que serão complementares. Um deles é uma alternativa do Caminho do Tejo “principal”, que segue pela margem Sul até Constância, ou seja, faz ligação entre Rossio e Constância, também sempre junto ao rio, com passagem na bonita vinha do Casal da Coelheira. Na ligação entre Rossio e Tramagal, recomendo muita atenção a quem o faz, sobretudo a quem o faz de bicicleta (faze-lo a pé, é a melhor opção). O segundo percurso, chama-se Arribas do Tejo, é circular, e passa pelos concelhos de Gavião e Mação, com destaque para a passagem pelo Castelo de Belver, com uma vista incrível sobre o rio (das minhas favoritas). Aconselho, mais vez, deixar a bicicleta e fazê-lo a pé. E ainda poderei juntar um terceiro, este não marcado, que será seguir por estradas secundárias, sempre junto ao rio, deste Constância até à Quinta da Cardiga, passando pelo Castelo de Almourol.

Agora, é ir lá para fora contemplar!!

  
Vista Castelo de Abrantes


Vista Castelo de Belver


Quinta da Cardiga

Carlos Bernardo

Nascido e criado em Abrantes, onde vive e nunca desejou ser de outro lugar. Apesar disso adora viajar. Mais do que uma foto de viagem, gosta de uma boa conversa. Criou o blog O Meu Escritório é lá Fora! em 2013. Foi nomeado para melhor Blog de Viagens Pessoal, no BTL Travel Blogger Awards, e considerado como um dos 10 melhores blogs de viagem nacionais.

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