(crónica de Carlos Bernardo)
Contemplação junto ao Tejo!? Devem
estar a pensar: “que raio de titulo que este gajo foi arranjar!”. Pois bem,
passo a explicar. Contemplação, a palavra, tem como sinônimos palavras como
absorção, encantamento e apreciação. A este cozinhado juntamos o maravilhoso e
histórico rio Tejo. Que é muito mais que um rio, que vai além da sua beleza
natural e ecossistema, é também uma fronteira histórica que divide (ou dividiu)
o nosso país entre o lado Norte e o lado Sul. Agora, felizmente, isso não tem muita
importância, mas outrora era um cenário propício a conflitos, pelo
posicionamento estratégico do rio e pela sua importância econômica (isto é uma
conversa para outra altura). Tudo isto para dizer que, temos à nossa porta, um
importante legado edificado, para ver, tocar e sonhar. A linha de defesa do
Tejo deixou-nos de herança, num espaço de aproximadamente 42km, 3 castelos,
Belver, Abrantes e Almourol (este bastante criativo) e uma quinta acastelada, a
Quinta da Cardiga. Ainda se lembram da contemplação? Chamei “Contemplação junto
ao Tejo” a esta crónica, porque pedalar, caminhar ou correr junto ao Tejo, é
muito mais do que simplesmente pedalar, caminhar ou correr. É diferente.
Para facilitar esta contemplação,
temos o Caminho do Tejo. Quer dizer, uma parte do Caminho do Tejo ou de uma
Grande Rota do Tejo, uma vez que ainda não existe uma ligação na totalidade (da
foz à nascente), ou melhor
que ainda não está marcado, mapeado e principalmente, não está feita a união entre várias rotas junto
ao rio Tejo. Um dia, espero que breve.
Temos o privilégio de nosso concelho
estar marcado o intitulado Caminho do Tejo. Numa primeira fase, surgiu o
caminho entre Alvega, bem próximo da barragem de Belver, e Constância, na foz
do rio Zêzere e união com o rio Tejo. Pelo meio,
passagem por Abrantes. Na primeira metade, segue pela margem Sul, pelas aldeias
de Alvega, Concavada e Rossio ao Sul do Tejo. Na segunda metade, segue na
margem Norte, com passagem pela cidade de Abrantes e pelas aldeias de Abrançalha,
Rio de Moinhos, Amoreira e Montalvo, com final em Constância. A este Caminho, junto mais dois
percursos, que serão complementares. Um deles é uma alternativa do Caminho do
Tejo “principal”, que segue pela margem Sul até Constância, ou seja, faz ligação
entre Rossio e Constância, também sempre junto ao rio, com passagem na bonita
vinha do Casal da Coelheira. Na ligação
entre Rossio e Tramagal, recomendo muita atenção a quem o faz, sobretudo a quem
o faz de bicicleta (faze-lo a pé, é a melhor opção). O segundo percurso,
chama-se Arribas do Tejo, é circular, e passa pelos concelhos de Gavião e Mação,
com destaque para a passagem pelo Castelo de Belver, com uma vista incrível
sobre o rio (das minhas favoritas). Aconselho, mais vez, deixar a bicicleta e
fazê-lo a pé. E ainda poderei
juntar um terceiro, este não marcado, que será seguir por estradas secundárias,
sempre junto ao rio, deste Constância até à Quinta da Cardiga, passando pelo
Castelo de Almourol.
Agora, é ir lá para fora contemplar!!
Vista Castelo de Abrantes
Vista Castelo de Belver
Quinta da Cardiga
Carlos Bernardo
Nascido e criado em Abrantes, onde vive e nunca desejou ser de outro lugar. Apesar disso adora viajar. Mais do que uma foto de viagem, gosta de uma boa conversa. Criou o blog O Meu Escritório é lá Fora! em 2013. Foi nomeado para melhor Blog de Viagens Pessoal, no BTL Travel Blogger Awards, e considerado como um dos 10 melhores blogs de viagem nacionais.
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