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domingo, 5 de julho de 2015

Equitação Terapêutica


(crónica de Sofia Loureiro)

O cavalo desde há muitos séculos se sabe ter efeitos incríveis no corpo e mente humanas. Assim, o uso do cavalo com fins terapêuticos, na europa ter-se-á iniciado no século dezoito, mas os primeiros programas de forma mais estruturada, remontam aos anos 50/60 do século XX.

A Equitação Terapêutica é um termo amplo, que se refere a diferentes áreas que utilizam o cavalo com objetivos terapêuticos variados e com equipas multidisciplinares (medicina, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, ciências da educação e do desporto).

De várias destas áreas encontra-se a hipoterapia, que se destina essencialmente à utilização do cavalo por um fisioterapeuta inserido numa equipa multidisciplinar para o tratamento e reabilitação de pessoas portadoras de deficiência ou com alguma necessidade educativa especial.                              

Os benefícios da Equitação Terapêutica já estudados e comprovados, são variadíssimos dos quais se podem destacar: o contacto com um ser vivo, neste caso o cavalo, que promove desde logo o desenvolvimento de uma ligação afetiva, o desenvolvimento de competências imprescindíveis para a socialização através da relação com o cavalo e também com a equipa terapêutica. Aumenta ainda a autoconfiança, o autocontrolo e por isso a autoestima. O ato de cavalgar estimula ainda a atenção/concentração, a disciplina e a responsabilidade, aspetos essenciais e para cuidar e lidar com um cavalo.

A Equitação Terapêutica tem demonstrado resultados muito positivos com pessoas com limitações intelectuais, psicológicas e físicas, entre os quais portadores de autismo, síndrome de Down, paralisia cerebral e hiperatividade.

É maravilhoso presenciar e observar o comportamento de crianças e adultos portadores de alguma deficiência ou necessidade educativa especial, quando se encontram perante a possibilidade de vivenciar a experiência de qualquer das áreas da Equitação Terapêutica, uma vez que muitas das dificuldades e limitações com as quais lidam diariamente ali, naquelas sessões se desvanecem, dando-lhes provavelmente uma imensa sensação de liberdade e controlo.

Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em  Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto 
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva

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