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domingo, 3 de novembro de 2013

3 perguntas a... Jorge Cosme


1- Como correu a participação no Campeonato do Mundo de Veteranos, no Brasil?

A minha participação nos XX Mundiais de Atletismo Veterano saldou-se, em termos desportivos, por um 8.º lugar nos 800 metros, um 7.º lugar no Corta-Mato e um 5.º lugar nos 1500 metros. Estes resultados superaram todas as minhas expetativas iniciais, até porque 15 dias antes da partida para Porto Alegre estava longe da melhor forma devido a treino bastante intensivo efetuado há já alguns meses. Porém, nesses últimos dias de treino, quase sempre ligeiro, a forma foi subindo gradualmente, atingindo então no Brasil um bom pico de forma. Vivi com intensidade e entrega total esta minha primeira participação internacional em representação da seleção nacional. A comitiva portuguesa esteve muito bem representada com 19 atletas de todo o país, que trouxeram 2 medalhas de ouro, 19 de prata e 3 de bronze. Porto Alegre, cidade fundada por portugueses, e que se prepara para ser uma das anfitriãs do Campeonato do Mundo de Futebol (este mundial de atletismo serviu como teste para o mesmo, sobretudo em questões de segurança...), soube acolher da melhor forma mais de 4000 atletas de 80 países, dos 5 continentes. Infelizmente participei sem nenhum patrocínio, mas quero agradecer à minha família, à minha empresa-Tupperware- (que procurou não me prejudicar profissionalmente), ao meu clube (Escola de atletismo Rui Silva) e a todos os amigos pelas palavras carinhosas de incentivo.

2- Numa das provas ficaste muito perto das medalhas. Como foi a prova?

Qualifiquei-me para a final dos 1500 metros no dia 24 de Outubro com o 6.º tempo entre todos os participantes. Comandei a minha eliminatória (a de maior qualidade), até aos metros finais, mas os atletas com melhor recorde pessoal venceram-me (4 argentinos), justamente, na reta da meta. Na final, no dia 26, sabia que teria que comandar novamente a prova, pois só desgastando o máximo possível os adversários teria alguma hipótese de um lugar honroso. Liderei mas não impus o ritmo necessário para desgastar os argentinos (estava indeciso se essa seria a melhor opção, pois as condições atmosféricas eram muito desfavoráveis (tempestade)). Voltaram-me a ultrapassar, mas desta vez fiquei a apenas 40 centésimos da medalha de bronze e a 5 segundos do ouro. Porém, a minha maior alegria neste mundial foi ter sido finalista em todas as provas em que participei (sempre nos 8 primeiros), e sobretudo ter sido finalista nos 800 metros (a prova que mais gosto, apesar de não ser um especialista da distância). Além disso, só 10 minutos antes da final soube que havia sido apurado (nessa manhã havia treinado duro...), senão a história poderia ser outra...

3- Como encaras o futuro, depois desta experiência?

Encaro o futuro desportivo com bastante otimismo. Espero voltar a contar com o apoio de todos os que me apoiaram e espero contar com novos apoios (espero, por exemplo, que a Câmara Municipal de Abrantes reveja a sua política de apoio a atletas). Vou treinar ainda com mais afinco e farei tudo para representar a Escola de Atletismo Rui Silva de uma forma digna e vitoriosa. Novos campeonatos de veteranos não estão postos de lado, mas só depois de me recompor financeiramente...

Nota: Jorge Cosme participou no Campeonato do Mundo de Veteranos, realizado entre os dias 16 e 27 de Outubro, em Porto Alegre (Brasil), tendo ficado muito perto da medalha de bronze.

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