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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Será que amadorismo é antónimo de profissionalismo?


(crónica de José Miguel Vitória Rodrigues)

É verdade, quando qualquer pessoa decide dedicar parte do seu tempo à causa amadora, fá-lo, à partida, sem qualquer interesse associado. No entanto, cônscio do seguinte: embora seja uma colectividade ou associação, ou grupo; o tempo que lhe é dedicado pressupõe por inerência algum trabalho, empenho e dedicação.

Quando falamos de profissionalismo associado ao amadorismo, não necessitamos de ser extremamente rigorosos, ou seja, transformar um espaço que é destinado à frequência dos seus associados, numa estrutura demasiado formal. No entanto, atendendo à história longínqua de muitas associações desportivas e musicais, é de extrema necessidade que as suas equipas directivas conheçam a sua história ou seu funcionamento e acima de tudo que tenham objectivos para continuar a escrever a história dessa associação/colectividade. Torna-se imperativo que haja organização, haja uma estrutura definida, a qual possa sustentar o desenvolvimento de uma associação.

A existência de uma associação, seja ela de cariz musical ou desportivo/recreativo, não pode resumir-se apenas à sua manutenção ou às suas datas comemorativas, uma vez que estas instituições vivem de pessoas, vivem para as pessoas, vivem de inovação, vivem de ideias, vivem de projectos realistas (todos os projectos são possíveis de serem realizados, no entanto, será que todos acreditam no projecto? Será que todos querem ter parte activa nesse projecto? Ou apenas querem que o seu nome conste na lista directiva?).

Onde entra o profissionalismo? O profissionalismo entra no rigor com que uma associação musical ou desportiva é gerida. Entra no momento em que uma equipa directiva assume a responsabilidade de dirigir os seus destinos. Entra a par da competência e da objectividade que é introduzida no projecto inicial. Verificamos facilmente que a palavra amadorismo é facilmente conjugada com profissionalismo.

Uma colectivivade, por muito amadora que seja, deve ser gerida de forma rigorosa sem perder a essência para a qual foi fundada (ensino e divulgação da música enquanto arte ou prática e promoção da actividade desportiva).

As colectividades no passado exerceram uma importância extrema na formação social da sua comunidade e hoje em dia? Será que continuam a ter essa influência? Será que é pertinente a sua existência ou apenas devem prefigurar nos compêndios de história local?
José Miguel Vitória Rodrigues
Professor, maestro, músico e compositor
Licenciado em Professores do Ensino Básico de Educação Musical, pela Escola Superior de Educação de Leiria
Frequência da Pós – Graduação em direção de orquestra de sopros, no Instituto Jean Piaget, Almada
Frequenta atualmente a licenciatura em Música – Formação Musical e Classes de conjunto, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco
Diretor artístico e mentor de PRIMEIRA AULA DE MÚSICA

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