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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Amadorismo versus sedentarismo


(crónica de José Miguel Vitória Rodrigues)

Muitas das associações existentes hoje em dia, de índole diversificada (desportiva, cultural, entre outras), vivem do dinamismo que é incrementado, vivem de experiências diversificadas e, muito importante, vivem da troca de experiências com outros, no âmbito de parcerias. Este é o ponto que queremos destacar na crónica deste mês: AS PARCERIAS.

O título apresentado para esta crónica mensal: “Amadorismo versus sedentarismo”, visa essencialmente o despertar de consciências, visto que, apesar de um clube desportivo ou uma banda filarmónica, serem amadores, não significa que esse amadorismo seja sinónimo de sedentarismo, simplificando, não significa que esse amadorismo seja só para cumprir os serviços mínimos.

Se uma equipa desportiva se agrupar apenas um ou dois dias antes de qualquer competição (por muito regionalista que a mesma possa ser), o resultado prático é: possivelmente a derrota; quais as suas consequências? Certamente a maior de todas será a frustração e a outra imediatamente a seguir será: a desmotivação. Se uma banda filarmónica ou orquestra, apenas juntar-se com o objetivo de realizar um concerto, dois dias antes e os seus músicos não dedicarem a sua atenção à prática instrumental individual, o resultado será: um concerto de fraca qualidade. No entanto, quando acontece esta situação (falando num aspeto mais regionalista), os primeiros comentários referem-se logo ao amadorismo e esse por si só alimenta o perdão, no entanto não serve de desculpa para tudo, pois, a cultura, o desporto, o ser social e afins, têm influência direta na construção de uma identidade por cada indivíduo, além da influência que pode ter na construção da personalidade dos mais novos.

Quais podem ser as consequências de um mau concerto? O sentimento de derrota, por conseguinte um sentimento de desmotivação. No entanto, importa refletirmos no seguinte: quais podem ser as consequências de uma aprendizagem de partilha, uma aprendizagem de parceria? Sentimento de algo conseguido em conjunto, motivação direta nos seus intervenientes e evolução (isto aplica-se tanto no domínio desportivo, como no domínio musical).

Perante o mencionado anteriormente, não queiramos apenas cumprir os serviços mínimos, para não “cairmos no sedentarismo”, pois, lembremos o importante papel que as associações têm, ainda no século XXI, no seio da comunidade local. Um papel de intervenção direta na formação de Homens e Mulheres, na promoção do meio local e, no que ao domínio musical diz respeito, a divulgação do património cultural e musical.

Queiramos ser mais ativos, mais parceiros uns dos outros, NÃO CULTIVANDO APENAS A SUA PRÓPRIA ILHA, MAS AJUDANDO A CULTIVAR O NOSSO ARQUIPÉLAGO.
José Miguel Vitória Rodrigues
Professor, maestro, músico e compositor
Licenciado em Professores do Ensino Básico de Educação Musical, pela Escola Superior de Educação de Leiria
Frequência da Pós – Graduação em direção de orquestra de sopros, no Instituto Jean Piaget, Almada
Frequenta atualmente a licenciatura em Música – Formação Musical e Classes de conjunto, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco
Diretor artístico e mentor de PRIMEIRA AULA DE MÚSICA

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