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domingo, 1 de janeiro de 2017

O “backstage” de um líder


(crónica de José Miguel Vitória Rodrigues)

Na crónica anterior refletiu-se sobre a importância de existir um bom líder e por conseguinte haver uma liderança de excelência, sobretudo no que respeita ao trabalho de equipa, seja ela de cariz desportivo ou musical. Vimos que um bom líder não é só aquele que tem boas ideias, idealiza bons projetos, mas, é aquele que tem a capacidade de congregar ao seu redor uma equipa que o ajuda a refinar e a materializar as suas ideias, bem como a passar as mesmas para a ação.

Na crónica de hoje, importa refletirmos sobre o que poderá estar por trás de um bom líder ou melhor, o que é que pode ajudar um homem ou mulher a serem bons líderes? Pois! Referimos as mulheres, por constatarmos que cada vez mais as mulheres também assumem protagonismo no campo da liderança, no domínio musical com especial foco no mundo orquestral, é cada vez mais comum vermos mulheres diretoras de orquestra (por exemplo: Joana Carneiro) e até mesmo mulheres maestrinas de bandas filarmónicas (no nosso médio tejo existem algumas). É também comum vermos as mulheres enquanto treinadoras de equipas desportivas.

Como referido anteriormente, o que pode ajudar uma pessoa a tornar-se um bom líder? Sem dúvida alguma é necessário que uma pessoa quando assume o comando técnico de uma equipa desportiva ou a direção artística de uma orquestra ou banda filarmónica, sejam ambas amadoras ou não, é imperativo que essas pessoas estejam dotadas de conhecimento científico adequado, para que os grupos com quem vão trabalhar possam progredir tecnicamente, no entanto além de um bom líder ter conhecimento é preciso que ele use de perspicácia na sua utilização, ou seja, que saiba dosear a sua utilização e que use de perspicácia na sua transmissão. Acima da quantidade e da qualidade de conhecimento que um bom líder tem à sua disposição, é necessário que ele seja uma pessoa afável, querida por todos, amiga, de fácil trato, é certo que um líder não consegue “agradar a gregos e a troianos” em simultâneo, um bom líder tem de ser firme nas suas decisões e por sua vez, arcar com as suas consequências. No entanto, se uma pessoa que exerce liderança de uma orquestra ou de uma equipa desportiva juntar o lado humano alicerçado numa escola de valores de excelência, se usar de humildade, se tiver a perspicácia de juntar o lado pessoal, ao lado científico, certamente que o resultado será a liderança de excelência, mas acima disso, consegue conquistar o respeito de todos aqueles que dependem de si.

O que pode ajudar uma pessoa a tornar-se um bom líder, pode eventualmente ser as referências que a mesma foi criando ao longo dos seus anos de existência, por exemplo: os seus familiares, os seus amigos, os seus professores, os seus treinadores, os seus músicos de referência, os seus treinadores ou os seus maestros. Tudo e todos com maior ou menor importância podem estar ou ter estado no “backstage” de uma boa liderança e quem sabe ser ele ou ela próprios as referências para gerações vindouras.

Quantas vezes o leitor já se perguntou: Como fazer para ser? Como o meu pai ou mãe, como o meu professor preferido, como o meu treinador preferido, como o meu maestro preferido?

José Miguel Vitória Rodrigues
Professor, maestro, músico e compositor
Licenciado em Professores do Ensino Básico de Educação Musical, pela Escola Superior de Educação de Leiria
Frequência da Pós – Graduação em direção de orquestra de sopros, no Instituto Jean Piaget, Almada
Frequenta atualmente a licenciatura em Música – Formação Musical e Classes de conjunto, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco
Diretor artístico e mentor de PRIMEIRA AULA DE MÚSICA

1 comentário:

  1. Concordo plenamente com tudo o que diz o José Rodrigues...acrescento apenas o "ouvir" o nosso coração... muitas vezes ele tem o segredo do sucesso baseado numa boa liderança!

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