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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Zé Neves foi homenageado

Para José Neves (Zé Neves, para os amigos), não passava de uma "convocatória" de última hora, para uma futebolada entre amigos, no Pavilhão do Pego, ao final da tarde de hoje.


Só que... das colunas da aparelhagem e pela voz de Artur Marques, solta-se o poema de António Botto:

"Ei-la!...
Tu..., avança! - Lá vai ela!
Corre!
- Atira-te com alma!...
Defende-a... - vamos! - então?

E a bola, ao entrar nas redes,
Suspendeu a alegria muscular
E a juvenil vibração.

Estoiram as aclamações;
E a luz do sol enfraquece.

Mas o jogo novamente principia:
Os "vermelhos"
Vão envolvendo os "leões";
E o ataque,
Bem marcado,
Vai revelando a vitória
Que, - desenhada e conduzida
Com rasgos da mais límpida nobreza
Atinge o seu máximo valor:
- A bola, rápida, cai,
Passando
Por entre os braços erguidos
Do garboso jogador.

Palmas, delírio, - grandeza!

Alguém atira uma rosa
Para os "onze" vencedores,
E ao longe o sol agoniza
- Numa boémia de cores."

Artur, continua:

"Este é um poema sobre um jogo de futebol, da autoria do poeta abrantino, nascido na Concavada, António Botto.
E Abrantes é uma terra de gente ilustre.
Gente que nas mais variadas áreas se destacou ou tem destacado em virtude do seu meritório trabalho.
E porque é em vida que devemos valorizar as pessoas, estamos hoje aqui todos para prestar a nossa mais que justa homenagem a um homem cuja vida tem estado sempre ligada ao desporto, essencialmente ao futebol:

José Manuel Lopes das Neves.


O nosso Zé Neves, como todos o conhecemos, nasceu a 10 de Junho de 1956, na freguesia do Pego.
O seu percurso futebolístico é notável e rico. Senão vejamos: jogou futebol no clube da sua terra natal e passou ainda pelo Benfica de Castelo Branco, Dragões de Alferrarede, Rossio ao Sul do Tejo, Ponte de Sor, Vale de Açor.

E não só como jogador. O seu currículo conta ainda com aptidões para treinador, árbitro de futebol, caçador, pescador, entre outros.

É um dos técnicos de desporto do Município de Abrantes, onde, entre outras funções, tem assumindo a organização do torneio anual de escolinhas, que movimenta várias dezenas de crianças, que têm o futebol como paixão.

Zé Neves tem essencialmente uma vida ligada ao futebol, com enorme empenho, dedicação e respeito quer pelos clubes que representou, quer pelos adversários e colegas, salvaguardando, naturalmente, o seu natural temperamento pegacho.

Zé: hoje estamos aqui todos para te dizer obrigado pela tua amizade e por tudo aquilo que nos ensinaste.
Que vivas por muitos e bons anos, connosco a assistir.
Bem hajas!"


Zé Neves recebeu das mãos do seu filho André, uma salva, como agradecimento de todos os seus amigos.



Depois, seguiu-se os cumprimentos sentidos e a foto da praxe.




O blog Desporto em Abrantes falou com o Zé.

O que te vai na alma, nesta altura, com esta festa surpresa?

Uma alegria imensa, como podes calcular. Fui apanhado de surpresa. O que te posso dizer é que o coração inundou-se. Senti um aperto enorme na alma. Não chorei exteriormente só por vergonha, porque anteriormente chorei de alegria.

Isto dá-nos força. É feito de alma lavada, por todos os que estão aqui. Portanto, não há aqui nada escondido e quando nós sentimos que as pessoas reconhecem que alguém se dedicou à causa com amor, com entrega, certamente com alguns erros e vicissitudes pelo meio, aquilo que me vai na alma é uma alegria imensa.

Que mensagem queres deixar ao teu filho, que é um jovem futebolista?

Ao meu André, quero deixar-lhe um muito obrigado, por ter sido e continuar a ser, o filho que é. Quero dizer-lhe - e digo-lhe muitas vezes -, que a vida é difícil. Ele, a esse nível, tem sido inteligente.

É um miúdo que gosta muito de desporto e que soube tirar ilações de alguns erros que o pai cometeu. Erros, enquanto opções de vida. Não sou daqueles que agora mete a cabeça na areia, a chorar sobre o leite derramado. Foram opções. Se calhar, eu agora verifico que não foram as mais adequadas. Mas ele, a esse nível, está elucidado.

Quero, finalmente, dizer-lhe também, o quanto lhe agradeço, algum do tempo que lhe roubei, enquanto jovem, por me dedicar, se calhar, um bocadinho demais à minha paixão.


Obrigado Zé!

Agora, rola a bola.

1 comentário:

  1. Parabens ao Zé Neves, talvez ele já não se recorde de mim, uma vez que vim para Coimbra estudar e por cá fiquei. No entanto eu lembro-me dele, claro!... já lá vão trinta anos, mas isso não me impede de ficar satisfeita quando é homenageado alguem que se dedicou à sua terra , e ao desporto. Bom!...é ainda sermos homenageados ou reconhecidos quando cognitivamente o percebemos. Parabens Zé e felicidades.

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