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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Exercício de treino: a sua importância


(crónica de Nuno Gil)

O exercício de treino é a unidade mais pequena do processo de treino e fazendo uma analogia aos seres vivos, podemos dizer que o exercício de treino é a célula do mesmo, pelo que podemos considerar o exercício como o meio de treino mais importante para a preparação dos atletas e equipas de forma a melhorar o seu rendimento desportivo.

A seleção criteriosa dos exercícios de treino parece constituir um instrumento eficaz do treino (Bezerra, 2001; Ribeiro & Volossovitch, 2004) e a necessidade de uma seleção rigorosa é premente para que os objectivos deste sejam atingidos (Raposo, 2002).

Castelo (2002a;  2002b) refere, mesmo, que o treinador ao fazer uma desadequada utilização de um exercício de treino a praticante, pode ser muito mais prejudicial do que a própria ausência regular da prática desportiva.

O mesmo autor (2002a; , 2002b) compara a atividade médica com a de um treinador e faz uma analogia entre o medicamento e o exercício de treino, referindo que “…o medicamento receitado para um dado individuo está para o médico, como o exercício de treino estipulado para o praticante está para o treinador desportivo”.

De acordo com Lopes da Silva (2003), sabe-se que a organização do exercício é a concretização do processo de treino, constituindo o exercício os alicerces do processo de treino que determina o aumento do rendimento do atleta e da sua equipa.

Vieira (1999), refere mesmo que não há treino sem exercícios, ideia reiterada por Adelino et al.(1999), ao referirem que não há aprendizagem sem exercitação.

Assim, e verificando que o exercício de treino e a sua prescrição são fundamentais para o desenvolvimento desportivo dos praticantes, levanto algumas questões: Se a automedicação é desaconselhada, porque não o é a auto-prescrição do exercício físico? Se o medicamento tem de ser obrigatoriamente prescrito por um médico, porque não existe a obrigatoriedade do exercício físico ter de o ser por pessoas devidamente habilitadas? Porque quando um filho está doente ou tem de ser operado, procuramos o melhor profissional possível, mas quando se refere à atividade física e especialmente à atividade desportiva, entregamos os nossos filhos a pessoas não habilitadas?

Saudações desportivas e até à próxima crónica.

Nota final -  o autor da crónica disponibiliza a literatura referenciada a quem o solicitar.

Nuno Gil
Licenciado em ciências do desporto, pela FCDEF-UC
Mestre em treino do jovem atleta, pela FMH-UTL
Doutorando em ciências do desporto, na FCDEF-UC
Professor de educação física, na escola secundária Dr. Manuel Fernandes
Ex-treinador desportivo

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