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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Aprender a nadar... combater o medo


(crónica de Sofia Loureiro)


Com a chegada do Verão, chega igualmente a vontade de procurar lugares frescos, com sombras, mas acima de tudo com água. Muitas são ainda as pessoas que todavia não se aventuram nas belas piscinas, praias fluviais ou marítimas que abundam em Portugal. O medo da água… nunca lhes permitiu aprender a nadar. O tempo passa e com os adultos, ao medo junta-se a vergonha.  

Aprender a nadar para além de ser importante por uma questão de segurança e porque é uma excelente forma de praticar exercício físico, trata-se de uma excelente fonte de prazer e bem-estar. Por isso, para além de ajudar a superar o medo da água (de não sobreviver na água), aprender a nadar ajuda a superar muitos outros medos. Nunca é tarde para decidir enfrentar este bloqueio, este pânico. As aulas com professores especializados, ajudam a lidar com estas emoções, promovem as competências físicas e psicomotoras necessárias à respetiva aprendizagem, aumentam a segurança da própria pessoa e dos que lhes são próximos, a autoestima e claro a saúde.

Nadar é um ato simples, mecânico e que depois de aprendido nunca se esquece. Antes de nascer e no útero das mamãs, todos os bebés vivem num mundo “aquático”. Mas para quem tem que combater o medo, o mais importante é a adaptação à água, perceber o que pode sentir dentro, como se pode sentir leve e seguro… até relaxar, aprender a respirar libertando-se progressivamente do medo.

 São muitas as estratégias e as ideias a ter em conta para iniciar esta tomada de decisão. A primeira será mesmo acreditar que se pode ter ajuda para combater este medo. Outra ideia que se junta a esta é deixar a vergonha para quem a deve sentir. São muitas as pessoas em todo o mundo com vários medos e em particular com medo da água. Não devem comparar-se com outras pessoas. As pessoas são diferentes e com toda a certeza existem áreas na sua vida em que tem sucesso e onde é confiante. Esta pode ser uma oportunidade para que quem tenha este tipo de medo, se sinta bem consigo por ter a coragem de enfrentar um medo antigo, ganhando posteriormente uma sensação de tranquilidade e prazer.

É fundamental não se ter pressa de queimar os anos que se deixou vencer pelo medo. Uma etapa de cada vez. Nadar é algo que não é difícil, mas que implica calma, suavidade, sentir o prazer e a liberdade que os movimentos na água podem transmitir.

Por último é fundamental perceber que mesmo muito motivados, se pode sentir alturas em que o medo parece querer voltar e com essa sensação, a vontade de desistir. As recaídas fazem parte do processo. Mas depois de ultrapassados os primeiros receios, nunca se volta ao nível anterior. Por isso, aproveitem este Verão. Informem-se onde podem obter ajuda profissional e lembrem-se que todas as pessoas, em qualquer idade são capazes de aprender, são capazes de mudar. Basta querer. Querer muito superar um medo que nos condiciona e nos aprisiona.

Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em  Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto 
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva

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