(crónica de Sofia Loureiro)
Com a chegada do Verão, chega
igualmente a vontade de procurar lugares frescos, com sombras, mas acima de
tudo com água. Muitas são ainda as pessoas que todavia não se aventuram nas
belas piscinas, praias fluviais ou marítimas que abundam em Portugal. O medo da
água… nunca lhes permitiu aprender a nadar. O tempo passa e com os adultos, ao
medo junta-se a vergonha.
Aprender a nadar para além de ser
importante por uma questão de segurança e porque é uma excelente forma de
praticar exercício físico, trata-se de uma excelente fonte de prazer e bem-estar.
Por isso, para além de ajudar a superar o medo da água (de não sobreviver na
água), aprender a nadar ajuda a superar muitos outros medos. Nunca é tarde para
decidir enfrentar este bloqueio, este pânico. As aulas com professores
especializados, ajudam a lidar com estas emoções, promovem as competências
físicas e psicomotoras necessárias à respetiva aprendizagem, aumentam a
segurança da própria pessoa e dos que lhes são próximos, a autoestima e claro a
saúde.
Nadar é um ato simples, mecânico
e que depois de aprendido nunca se esquece. Antes de nascer e no útero das
mamãs, todos os bebés vivem num mundo “aquático”. Mas para quem tem que
combater o medo, o mais importante é a adaptação à água, perceber o que pode
sentir dentro, como se pode sentir leve e seguro… até relaxar, aprender a
respirar libertando-se progressivamente do medo.
São muitas as estratégias e as ideias a ter em
conta para iniciar esta tomada de decisão. A primeira será mesmo acreditar que se
pode ter ajuda para combater este medo. Outra ideia que se junta a esta é
deixar a vergonha para quem a deve sentir. São muitas as pessoas em todo o
mundo com vários medos e em particular com medo da água. Não devem comparar-se
com outras pessoas. As pessoas são diferentes e com toda a certeza existem
áreas na sua vida em que tem sucesso e onde é confiante. Esta pode ser uma oportunidade
para que quem tenha este tipo de medo, se sinta bem consigo por ter a
coragem de enfrentar um medo antigo, ganhando posteriormente uma sensação de
tranquilidade e prazer.
É fundamental não se ter pressa
de queimar os anos que se deixou vencer pelo medo. Uma etapa de cada vez. Nadar
é algo que não é difícil, mas que implica calma, suavidade, sentir o prazer e a
liberdade que os movimentos na água podem transmitir.
Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva
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