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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Concentração e autocontrolo... artes marciais como complemento de terapias


(crónica de Sofia Loureiro)

São vários os estudos que têm vindo a consolidar a noção de que a prática de desporto, mas neste caso em particular das artes marciais, têm efeitos muito positivos no desenvolvimento do autocontrolo, disciplina, promoção da atenção e concentração. Por outro lado, reafirmam ainda que, ao contrário do que se possa pensar, têm um impacto positivo na diminuição da agressividade.

Estes aspectos verificam-se em particular nas crianças e jovens, pelo que muitas vezes terapeutas vários, sugerem que os pais inscrevam os seus filhos em atividades como Karate, Judo e outras.

Todas as modalidades de artes marciais, pelo facto de terem origem em países orientais, com uma cultura que se baseia no respeito pelo controlo da mente, respeito por si, pelos outros e pela natureza, promovem pelas suas teorias de base, desde muito cedo, aspectos essenciais como a autoconfiança, a resistência à frustração, a cooperação e tolerância.

As crianças podem iniciar a prática de artes marciais a partir de 5 anos e desde logo porque se trabalha muito a coordenação motora, factor que é fundamental para todas elas, mas que são importantes para aquelas que possam apresentar problemáticas de hiperatividade/défice de atenção.  A disciplina e o estilo de vida saudável também são estimulados, bem como aprender as técnicas de respiração/relaxamento, a flexibilidade mental e a pacificidade.

Para as pessoas adultas, em geral, as artes marciais têm sido associadas de forma positiva ao combate ao stress e reações impulsivas/agressivas.

As artes marciais têm sido também estudadas nos seus beneficios para pessoas idosas, sendo a melhoria do raciocínio e da capacidade respiratória, apontadas como grandes vantagens e com efeitos muito positivos na qualidade do sono.

Acima de tudo, a envolvência das artes marcias e a filosofia subjacente às mesmas, promovem a cooperação, o auto-controlo e uma cultura de paz. Crianças e adultos podem apreender com a prática de qualquer uma delas, que há tempo para tudo, que o silêncio é tão significativo para a paz interior como para o respeito por si e pelos outros.

Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em  Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto 
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva

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