(crónica de Sofia Loureiro)
São vários os estudos que têm vindo a
consolidar a noção de que a prática de desporto, mas neste caso em particular
das artes marciais, têm efeitos muito positivos no desenvolvimento do
autocontrolo, disciplina, promoção da atenção e concentração. Por outro lado,
reafirmam ainda que, ao contrário do que se possa pensar, têm um impacto
positivo na diminuição da agressividade.
Estes aspectos verificam-se em
particular nas crianças e jovens, pelo que muitas vezes terapeutas vários,
sugerem que os pais inscrevam os seus filhos em atividades como Karate, Judo e
outras.
Todas as modalidades de artes marciais, pelo facto de terem origem em países orientais, com uma cultura que se baseia
no respeito pelo controlo da mente, respeito por si, pelos outros e pela
natureza, promovem pelas suas teorias de base, desde muito cedo, aspectos
essenciais como a autoconfiança, a resistência à frustração, a cooperação e
tolerância.
As
crianças podem iniciar a prática de artes marciais a partir de 5 anos e desde
logo porque se trabalha muito a coordenação motora, factor que é
fundamental para todas elas, mas que são importantes para aquelas que possam
apresentar problemáticas de hiperatividade/défice de atenção. A disciplina e o estilo de vida saudável
também são estimulados, bem como aprender as técnicas de respiração/relaxamento,
a flexibilidade mental e a pacificidade.
Para as pessoas adultas, em geral, as
artes marciais têm sido associadas de forma positiva ao combate ao stress e
reações impulsivas/agressivas.
As artes marciais têm sido também
estudadas nos seus beneficios para pessoas idosas, sendo a melhoria do raciocínio e da capacidade
respiratória, apontadas como grandes vantagens e com efeitos muito positivos na
qualidade do sono.
Acima
de tudo, a envolvência das artes marcias e a filosofia subjacente às mesmas,
promovem a cooperação, o auto-controlo e uma cultura de paz. Crianças e adultos
podem apreender com a prática de qualquer uma delas, que há tempo para tudo, que
o silêncio é tão significativo para a paz interior como para o respeito por si
e pelos outros.
Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva
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