(crónica de Nuno Gil)
É claramente
indiscutível os efeitos positivos da prática de atividades físicas e mais
especificamente da actividade desportiva.
Na idade
infantil-juvenil (as idades sobre as quais irão incidir as minhas crónicas), os
motivos que levam ao inicio da prática desportiva são:
- divertimento
e prazer;
- fazer
amizades;
- satisfação
de pertença a um grupo;
- melhoria
de competências motoras.
Mas porque é importante
saber quais são os motivos que levam à iniciação desportiva?
Porque todos os
agentes desportivos devem nortear a sua atuação com base nos mesmos, em
especial pelo divertimento e o prazer.
A pressão pelos
resultados, leia-se vitórias a curto prazo, torna todo o processo de treino
demasiado "sério" para as crianças, a replicação de treinos de
adultos no treino dos jovens desportistas, como se estes fossem pequenos
adultos, tornam o treino um espaço desadequado e pouco atrativo e a utilização
de linguagem incorreta e socialmente desaprovada, com a desculpa de que faz
parte da cultura dessa modalidade, são apenas alguns exemplos de situações não
promotoras de divertimento.
Mas não são
apenas os treinadores e dirigentes, que pelo seu comportamento podem tornar os
momentos de vivência desportiva menos agradáveis para os jovens desportistas,
também os pais e amigos, têm por vezes comportamentos não promotores de
divertimento e prazer.
São exemplos
deste tipo de ações: a criação de expetativas e exigências demasiado elevadas
para o jovem, as quais tornam a sua participação desportiva um dever familiar e
já que refiro o dever familiar, uma ação que alguns pais exercem sem que tenham
a noção das suas implicações é aquela de apenas permitirem aos seus filhos a prática
da atividade que os próprios pais querem, por exemplo um pai ex-futebolista
obrigar o filho a jogar futebol e não permitir que o filho faça dança, quando é
essa a vontade do pequeno.
Mas se é importante
saber quais os motivos que levam os jovens a praticar desporto, é igualmente
importante conhecer os motivos que os levam a abandonar a prática, em especial
quando o abandono significa não só o abandono da modalidade praticada, mas sim
o abandono de toda a prática desportiva.
De entre os
muitos motivos que levam ao abandono, podem destacar-se:
- a atividade ter deixado de dar prazer;
- a repetição de experiências negativas, nomeadamente comportamentos e atitudes negativas de treinadores;
- o medo de não conseguir corresponder às expetativas criadas por treinadores e pais.
- a atividade ter deixado de dar prazer;
- a repetição de experiências negativas, nomeadamente comportamentos e atitudes negativas de treinadores;
- o medo de não conseguir corresponder às expetativas criadas por treinadores e pais.
Engraçado, que
nem a vitória aparece nos motivos que levam à prática nem a derrota nos motivos
de abandono, parecendo que estas têm maior significado para treinadores,
dirigentes e pais, do que propriamente para os jovens praticantes.
O conhecimento
dos motivos que levam os jovens a praticar desporto e a abandonar essa prática,
deviam ser do conhecimento de todos os agentes desportivos, aliás deviam estar
escritos em todos os balneários de treinadores e salas de dirigentes, para que
fossem lidos diariamente, mas também pais e amigos os deviam conhecer, para que
a atividade desportiva, seja uma exceção àquela regra que diz que tudo tem um
princípio e um fim, isto é porque, a atividade desportiva deve ter uma iniciação
o mais cedo possível e nunca devia ter um fim.
No futuro irei escrever
sobre aspetos importantes na perpetuação da prática desportiva.
Nuno Gil
Licenciado em ciências do desporto, pela FCDEF-UC
Mestre em treino do jovem atleta, pela FMH-UTL
Doutorando em ciências do desporto, na FCDEF-UC
Professor de educação física, na escola secundária Dr. Manuel Fernandes
Ex-treinador desportivo
Licenciado em ciências do desporto, pela FCDEF-UC
Mestre em treino do jovem atleta, pela FMH-UTL
Doutorando em ciências do desporto, na FCDEF-UC
Professor de educação física, na escola secundária Dr. Manuel Fernandes
Ex-treinador desportivo
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