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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Um bom líder ou uma boa liderança?


(crónica de José Miguel Vitória Rodrigues)

Sem dúvida, quando estamos perante uma equipa desportiva ou quando estamos perante uma orquestra ou uma banda filarmónica, tem de existir uma boa liderança. No entanto, importa reflectir se essa liderança recairá apenas sobre uma pessoa, ou haverá alguém que lidere um grupo de pessoas que tomem a dianteira para uma liderança conjunta? Aquilo que todos nós conhecemos como órgãos sociais e dentro dos quais existem pessoas “teoricamente” responsáveis por departamento.

Por vezes, as dificuldades que são sentidas passam essencialmente pelas funções assumidas pelos membros que integram os órgãos sociais, isto é, existem ideias, existe alguém que encabeça a lista, mas quando é no campo da acção, a lista anteriormente candidata, não trabalha como um todo e assim coloca-se em causa o projecto inicialmente esboçado e a eficácia de uma boa liderança.

Numa equipa desportiva, na área técnica, existe o líder (treinador principal) e os seus adjuntos (incluindo treinador adjunto, treinador de guarda redes, preparador físico e afins), comparando com uma orquestra ou banda filarmónica, temos de facto os órgãos sociais (a área administrativa), posteriormente temos a denominada direcção artística, onde também existe um líder (maestro) e os seus adjuntos (maestro adjunto, professores das várias áreas de formação da escola de música).

Quando todos trabalham em articulação, é possível que os resultados possam ser imediatos, eficazes e o projecto delineado inicialmente, alcance o sucesso pretendido, tanto para os seus intervenientes, como para a comunidade onde está inserido. Se a liderança estiver confinada apenas a uma única pessoa, é impossível obter resultados satisfatórios (relembramos a afirmação: será que queremos, apenas, manter um projecto? Seja ele desportivo ou musical, ou queremos fazer evoluir o mesmo projecto, de forma sustentada, com uma liderança de excelência, na qual todos os seus responsáveis trabalham em parceria/articulação uns com os outros)?

De facto é um assunto cada vez mais pertinente para uma sociedade global, no entanto, cada vez mais individualista. Daí importa reflectir sobre as estratégias, sobre o grau de compromisso ou responsabilidade, quando uma liderança é assumida, pois, cada vez mais as respostas exigem um grau de eficácia alto, por vezes, descurando a qualidade das mesmas.

Um bom líder é aquele que consegue congregar em seu redor uma equipa de trabalho de excelência, onde tudo funciona como “os tentáculos de um polvo” e se cada membro da equipa administrativa ou técnica desempenhar a sua função plenamente, certamente será o resultado de uma liderança plena.

José Miguel Vitória Rodrigues
Professor, maestro, músico e compositor
Licenciado em Professores do Ensino Básico de Educação Musical, pela Escola Superior de Educação de Leiria
Frequência da Pós – Graduação em direção de orquestra de sopros, no Instituto Jean Piaget, Almada
Frequenta atualmente a licenciatura em Música – Formação Musical e Classes de conjunto, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco
Diretor artístico e mentor de PRIMEIRA AULA DE MÚSICA

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