(crónica de Sofia Loureiro)
Se ainda não iniciou a prática regular de
exercício físico, mas já pensou
nisso várias vezes, o problema pode estar mesmo no “pensar”! O que pensamos sobre as situações e sobre as pessoas, sobre
o passado ou sobre o futuro tem o poder de condicionar as nossas ações e as
nossas emoções. Se penso frequentemente “Oh! Já sei que não vale a pena! Para
que é que estou com ideias, desisto sempre!” ou “Eu… correr?! Só se vier um cão
atrás de mim!” ou “Já tenho tão pouco tempo para mim, preciso é de sofá” e “Estou
numa fase terrível de trabalho… é sempre assim, não posso programar nada”. O
tempo passa e tudo fica na mesma! Estas e outras ideias que se murmuram num
silêncio interior, causam afinal um imenso ruído e são alguns exemplos do
impacto que os pensamentos têm sobre a vida de cada um.
Um “truque” pode ser assumir um papel de detetive privado
e exclusivo! Nem mais! Passar a estar muito, mas muito atento e descobrir para
si próprio sinais e pistas, apanhando em flagrante este tipo de pensamentos.
Pensamentos que levam à inatividade. Pensamentos que causam mal-estar. E
depois? Depois há que arranjar estratégias para bloquear esse tipo de
pensamentos, afastá-los e substituí-los por outros que motivem para a mudança. Mas
como é que isso se faz?
Se até agora a sua forma de pensar o fez adiar o
início vezes sem conta de uma atividade física, há que parar e perceber que a
manter-se assim, o mais certo é não começar e muito menos manter, nenhum tipo
de prática desportiva!
Vejamos: Quem é que não tem os minutos todos contados?
Quem é que não se sente cansado e desanimado? Quem é que não tem medo de começar
algo de novo e não sentir resultados imediatos? Talvez a maioria! Então como é
que algumas pessoas resolvem estas questões? Mudando a forma de pensar! Mudando
as rotinas! Pensar positivo é pensar de forma realista e acreditar que os
resultados se alcançam a partir de pequenas mudanças. Já pensou no orgulho que
sentirá por ter passado a controlar o seu tempo, os seus hábitos, o seu corpo e
a sua mente?
Uma coisa é certa, se durante tanto tempo se
pensou de uma determinada maneira e se esse caminho não trouxe os resultados idealizados,
só nos resta alterar o rumo. O passado, o que sempre se pensou sobre a própria
vida, deve servir para recordar os bons momentos, para aprender com os insucessos
e não como entrave. Combater a tendência para centralizar os pensamentos
naquelas que consideram ser as limitações pessoais e os obstáculos da vida.
Decidir fazer diferente. Começar por dizer “É hoje… eu sou capaz… eu é que
decido e sei que me vou sentir bem depois!”. Vamos lá então…
Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva
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