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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O primeiro passo afinal é...?


(crónica de Sofia Loureiro)

Começa-se com um passo de cada vez… terminava assim a primeira crónica de reflexão que partilhei aqui. O simples seria dizer que afinal o primeiro passo é começar!

A questão que se coloca é que cada um de nós pensa várias vezes na importância de iniciar uma atividade física mas vai deixando passar de dia para dia e a sensação que fica é de frustração e desânimo. Mas não desistam… porque afinal o primeiro passo é mesmo a intenção de mudar as rotinas e o surgir nas nossas vidas dessa ideia. Nem sempre da intenção se passa de imediato para a ação. E porquê? Seriam muitas as razões a apontar, mas parece-me importante começar por clarificar que na base estará sempre aquilo que todos nós chamamos de motivação.

Tentando explicitar de forma muito simples os conceitos de motivo ou motivação, podemos dizer que se refere a um estado interno que no geral resulta de uma qualquer necessidade que surge naquela pessoa em particular. Este estado (uma certa inquietação) funciona então como um estímulo, um ativador de um comportamento ou de uma sequência de comportamentos que têm como função satisfazer essa necessidade.

Talvez não seja muito fácil definir com exatidão estes conceitos, mas no sentido em que aqui estamos a refletir trata-se no fundo de tudo aquilo que incita cada um de nós a agir de uma determinada maneira. Também é importante mencionar que o estado interno de que anteriormente falávamos trata-se acima de tudo de uma tensão que se instala, geralmente associada a uma necessidade não satisfeita. E nenhum de nós vive bem com estados de tensão, procurando de uma forma ou de outra acionar-se para reduzir essa mesma tensão. Na prática estas necessidades podem surgir porque na realidade fomos confrontados pela comunicação social sobre a importância do exercício físico para a prevenção de doenças, para um envelhecimento com maior qualidade de vida, por influência dos amigos, por diversão, por razões estéticas, pelo convívio e pelas relações que se estabelecem, por questões de competição e muitas outras…

Não há uma “motivação” certa!!! A motivação é individual e diferente para cada um de nós. Sabemos sim é que o primeiro passo é querer! É sentir a vontade de fazer alguma coisa! Não importa qual o motivo, mas sim que tenho uma razão e que me devo basear nela para dar o segundo passo… não deixar que a tensão continue a incomodar-me e perceber que para isso tenho que passar da necessidade que sinto para a ação. E isso implica mudança… as mudanças assustam pelo desconhecido. Pelo medo de não conseguir! Mas só ao princípio! Depois vem a sensação de conquista e de prazer! E por isso… vale a pena começar!

Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em  Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto 
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva

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