(crónica de Sofia Loureiro)
Começa-se
com um passo de cada vez…
terminava assim a primeira crónica de reflexão que partilhei aqui. O simples
seria dizer que afinal o primeiro passo é começar!
A questão que se coloca é que cada um de nós pensa
várias vezes na importância de iniciar uma atividade física mas vai deixando
passar de dia para dia e a sensação que fica é de frustração e desânimo. Mas não
desistam… porque afinal o primeiro passo é mesmo a intenção de mudar as rotinas
e o surgir nas nossas vidas dessa ideia. Nem sempre da intenção se passa de
imediato para a ação. E porquê? Seriam muitas as razões a apontar, mas
parece-me importante começar por clarificar que na base estará sempre aquilo
que todos nós chamamos de motivação.
Tentando explicitar de forma muito simples os
conceitos de motivo ou motivação, podemos dizer que se refere a um estado
interno que no geral resulta de uma qualquer necessidade que surge naquela
pessoa em particular. Este estado (uma certa inquietação) funciona então como
um estímulo, um ativador de um comportamento ou de uma sequência de
comportamentos que têm como função satisfazer essa necessidade.
Talvez não seja muito fácil definir com exatidão
estes conceitos, mas no sentido em que aqui estamos a refletir trata-se no
fundo de tudo aquilo que incita cada um de nós a agir de uma determinada
maneira. Também é importante mencionar que o estado interno de que
anteriormente falávamos trata-se acima de tudo de uma tensão que se instala,
geralmente associada a uma necessidade não satisfeita. E nenhum de nós vive bem
com estados de tensão, procurando de uma forma ou de outra acionar-se para
reduzir essa mesma tensão. Na prática estas necessidades podem surgir porque na
realidade fomos confrontados pela comunicação social sobre a importância do
exercício físico para a prevenção de doenças, para um envelhecimento com maior
qualidade de vida, por influência dos amigos, por diversão, por razões
estéticas, pelo convívio e pelas relações que se estabelecem, por questões de
competição e muitas outras…
Não há uma “motivação” certa!!! A motivação é individual
e diferente para cada um de nós. Sabemos sim é que o primeiro passo é querer! É
sentir a vontade de fazer alguma coisa! Não importa qual o motivo, mas sim que
tenho uma razão e que me devo basear nela para dar o segundo passo… não deixar
que a tensão continue a incomodar-me e perceber que para isso tenho que passar
da necessidade que sinto para a ação. E isso implica mudança… as mudanças assustam
pelo desconhecido. Pelo medo de não conseguir! Mas só ao princípio! Depois vem
a sensação de conquista e de prazer! E por isso… vale a pena começar!
Sofia Loureiro
Psicóloga Clínica
Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
Pós graduada em Psicoterapia Comportamental e Cognitiva
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